25 dezembro 2010

O Natal Marginal

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Somos uma Igreja que assume a tradição natalina e celebra de forma intensa esse momento que de certa forma une a cristandade em volta do nome de Jesus. Mesmo sabendo que muito dessa tradição foi substituída pelo consumismo e, no momento atual, até tentam retirar Cristo do centro da comemoração, ainda assim assumimos uma postura histórica de celebrar o nascimento de nosso Salvador e Redentor.

Contudo, gostaria de meditar sobre como o primeiro Natal foi um evento marginalizado, pelo menos naquele momento. Vejamos!

Primeiramente temos uma situação que na cultura religiosa hebraica era bem complicada: uma adolescente virgem, ainda não “conhecida” por seu marido dizia-se grávida. Ora, José poderia ter entregado-a de volta a sua família, e segundo a tradição levítica ela poderia ser apedrejada. A reação de José também pode ser considerada como um ato que o colocaria em uma posição complicada. Ele assume a jovem como esposa e com isso assume toda a “desonra” da situação. Sua família poderia rejeitá-lo, inclusive persegui-lo.

Podemos citar também que o local do nascimento do Menino Deus foi de todo um “escárnio” se comparado as pompas do nascimento de um monarca. Um cocho? Em meio a animais? Lugar fétido e sem higiene! Mas foi nesse lugar marginalizado que nosso Redentor decidiu encarnar.

Por fim o que mais me impressiona foi a adoração dada ao menino Deus pelos Sábios do Oriente. Ora, fica evidente que eles não eram hebreus e professavam outra fé. A experiência de encontrar o Cristo veio através de uma revelação astrológica, previamente conhecida daqueles homens. Nada podia ser mais marginal, que corre à margem, do que o Messias do povo judeu ser adorado e reconhecido como tal por um outro povo, de outra religião!

Que nesse natal nossos corações fiquem atentos ao mover não religioso do Espírito de Deus, que se move e alcança quem quer, onde quer e como quer!

Rev. Gerson Freire