22 setembro 2006

Delirei!!!

Essa semana fui ao Show da Banda inglesa Delirious. Sabe de uma coisa, foi bom demais, sabe por que? Porque eles foram humanos demais em sua adoração. Isso mesmo! Os caras fizeram um show. Sim, e não tinham medo de dizer que estavam ali pra fazer um show. Contudo, eles expressaram uma espiritualidade cativante com uma mistura de letras lindas, armonias arrasadoras e tecnologia. Fui profundamente abençoado com a humanidade dos caras...foi um tempo de música inpiradora sem esquisitisses dos moveres tão famosos hoje em dia.
Bem que a Igreja brsileira, que gosta de copiar tudo de fora, podia copiar isso também.
Provavelmente os semi-deuses não vão gostar do show...mas acho que os caras não estão nem ai!!! hahahahahaha
Eu curti demais....fazia mutio tempo que não ia num show.
Bem, abraços delirantes a todos!!!

05 setembro 2006

Santidade X Neurose

Atualmente temos ouvido falar muito sobre “Santidade”. Essa palavra vem sendo cantada exaustivamente pela Igreja. O assunto é tema de estudos tão mirabolantes que ao final não sabemos com certeza o que seria o objetivo central da tese.

O desejo por “ser Santo” ocupa um espaço considerável na mente evangélica brasileira. Tal esforço criou um paradigma de fé que eleva o moralismo a níveis extremos. Exemplo claro disso foi o jovem que decepou o próprio pênis por não querer mais pecar, e ao ser questionado por que fez isso ele respondeu, “Li na bíblia que se o teu olho te faz pecar é melhor arrancá-lo”...Isso aconteceu no Rio de Janeiro e foi noticiado pelo Jornal O Dia.

Será que a pregação da “Santidade” realmente está alinhada com o que a Bíblia chama de Santidade? Vejo que tal distorção teleológica está criando uma geração de “santos neuróticos” que chegam ao ponto de não conseguir mais conviver aqui nessa terra. Onde fica a oração de Jesus, o qual expressamente disse, “Não oro que os tire do mundo mas que os livre do mal”? Esse comportamento de fé pode ser notado em vários ramos da Igreja evangélica. Falo isso através da minha experiência em viajar todo o Brasil como palestrante e músico.

Creio que os danos psicosociais serão visto nessa próxima geração de cristãos, os quais cresceram debaixo desse engodo religioso chamado de “Santidade”. Tal apelo vem fazendo com que pessoas queiram se tornar deuses. Sim! Parece até que a fé evangélica tem bases homéricas. Chamo isso de pseudopuritanismo, o qual é sutilmente recheado de justiça própria. Isso, em última análise, faz com que o “santo” seja exaltado, criando assim uma tentativa de se competir com o sacrifício vicário.

Essa neurose faz com que os afetados não consigam perceber nada da realidade. A vida se torna apenas um momento na quarta-feira e no Domingo, ou um congresso. O padrão não mais é Cristo e sim o que se ensina em nome de Cristo. O desejo por essa tal “santidade” cria apenas cristãos irrelevantes no seu estilo de vida, que so querem viver no orgasmo da transcendência. Isso me lembra do tal Nirvana.

Mas o que é ser santo? Creio que ser santo é nada mais do que ser um pecador perdoado que vive sua fé dia-a-dia, com gratidão pelo que Deus proporcionou na cruz de Cristo, aprendendo a confiar na graça de Deus e a se relacionar com o Espírito de Cristo, sabendo que toda a vida que tem vem Dele e é pra Ele. Toda! Não apenas as minhas aspirações religiosas e místicas.

Achamos que, com o passar do tempo, nos tornamos melhores. Bem, não é isso que vejo na vida de Paulo. Ele terminou sua vida afirmando que era o maior dos pecadores. Será que ele não era santo? Creio que não. Creio que ele entendeu o que é ser santo. Ele entendeu que era Deus quem o santificava e não suas tentativas de ser ou parecer melhor. Ele compreendeu que Santidade não é conquistada e sim vivenciada, recebido de graça, não adquirida através de trocas espirituais (Jejuns, votos, cultos, sacrifícios, etc). O consumismo também contribui para que essa teologia perversa ganhe mais e mais espaço no meio da cristandade, pois, partindo do presuposto que me torno melhor através daquilo que adquiro, os crentes simplesmente são possuídos por esse “espírito” e aplicam tal prática ao que chamam de santidade.

Não vejo muito o que fazer com essa neurose, visto que ela já está no tempo longo de Braudel. Acho que teremos que conviver com os seus frutos amargos. Não sou pessimista, sou realista. Mas ainda bem que a graça de Deus está disponível pra nos curar de nossas neuroses, inclusive desta.